Resposta ao tempo. Interpretada por Nana Caymmi
Resposta ao tempo é, sem
nenhuma dúvida, uma das letras poéticas mais belas da música popular brasileira.
Retrada lances da boemia, e amores que só os antropólogos aguçados conseguem
entender. E demonstra o poder que possui a mulher (e só a mulher possui) de
reviver, de aprender, de ser e não ser criança, de sentir o tempo e o vento, de
amadurecer, ....., de esquecer.
Adelivan Ribeiro, na sua obra Teoria da Poesia
Concreta, edição autônoma, 1999, Fortaleza/CE, p. 101, comenta o texto,
fazendo incursões sobre o que afirmei acima. Claro, discorre Adelivan com toda
autoridade que lhe é peculiar. Vejamos
a letra desta grande obra poética:
Batidas
na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento
Mas
fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei
Num
dia azul de verão
Sinto o vento
Há fôlhas no meu coração
É o tempo
Sinto o vento
Há fôlhas no meu coração
É o tempo
Recordo
um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei
E
gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos
Respondo
que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E
o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver
No
fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer
Respondo
que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E
o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver
No
fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder
Me esquecer
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder
Me esquecer
No
fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer.
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer.
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