PÁTRIA AMADA, SALVE SALVE!
Corrupção, do latim corruptus, significa quebrado em pedaços, definida na
legislação como crime. Vivencia-se, talvez, a maior crise política dos últimos tempos, estando os
ilícitos indicados em inquérito judicial.
Pesquisa sobre sistemas de ensino no mundo, Economist
Intelligence Unit, registra o Brasil em penúltimo lugar em ranking sobre a
qualidade da educação, em dados de 2013. A Finlândia e Coréia do Sul aparecem
em primeiros lugares; o Brasil e a Indonésia em últimos lugares. No
último relatório elaborado pela UNESCO, acerca do índice de
desenvolvimento da Educação, o Brasil aparece na 88ª posição, muito aquém
de Argentina, Uruguai e Chile.
O detalhe é que “quanto mais instruído o povo, tanto mais difícil de
o governar” (provérbio
Taoista), demonstrando não ser prioridade a educação popular em nossa Nação, esta
que é “gigante pela própria
natureza”.
A taxa de desemprego
iniciou 2015 em alta, alcançando o maior índice desde setembro de 2013 (IBGE). Para demonstrar a
dificuldade por que passa não somente o mercado, mas também a classe média, a poupança registrou o maior
índice de saques, desde janeiro de 1995 (Banco Central do Brasil). Tal fato se
deve à elevada taxa de juros, segundo informação oficial, tudo em decorrência de a
Alta Cúpula Governamental encontrar-se, gerencialmente falando, deitada “eternamente
em berço esplêndido.”
Mas tal crise é esperada de um Estado
em que os Presidentes do Senado e Câmara são indiciados por crime de corrupção,
sendo utopia pensar ser da intenção do Corpo Diretivo Maior a adoção de
política que favoreça a educação do povo ou mesmo a criação de emprego e renda.
Aliás, o mais incrível, além do volume excessivo de dinheiro objeto dos crimes
e da dimensão que o nível da corrupção tomou, é o fato de os citados congressistas
ainda continuam no exercício dos cargos de Presidente das citadas Casas
Legislativas. No mínimo já deveria ter havido, relativamente a ambos, ou o
afastamento espontâneo (utopia), ou a determinação de afastamento por parte de
seus pares. São políticos que embora possuam legitimidade para o exercício da
função, porque foram eleitos, podem não deter credibilidade, em virtude da ética
em condutas, esta (ética) existente, de acordo com Aristóteles, para realizar a “felicidade (eudaimonia),
que não consiste nem nos prazeres, nem nas riquezas, nem nas honras, mas numa
vida virtuosa.” (Vasconcelos, V. V. Apontamentos sobre a Ética a Nicômaco, de Aristóteles. Universidade Federal de Minas Gerais, 2002).
É esperar que a Justiça realize
seu papel, impondo a pena devida aos provadamente culpados, uma vez que “se ergues da justiça a clava forte, verás
que um filho teu não foge à luta.” E assim segue o povo, assistindo a mais e mais atos de
corrupção, sem se falar do que ainda não veio à tona, e do que nunca virá. “Ó pátria amada, idolatrada, salve salve!”
(Rodrigo Ribeiro Cavalcante. Jornal O Estado, p. 9. Edição de
23 de abril de 2015)
Comentários
Postar um comentário