A COVID-19 e a ideia da pós-verdade. Com a palavra, o bom-senso!
Em
meio a todas as dificuldades por que passam os gestores públicos,
alardeiam-se comentários os mais variados no sentido de estar o
poder público brasileiro demorando
na tomada de decisões, com relação a suportes e, especialmente, à
vacina financeira
ao mercado e trabalhadores. Aparece economista, sociólogo,
jornalista e outros tantos, quando, em verdade, não é simples e
fácil estar no comando numa hora dessa. Hoje,
no mundo e nas críticas, tudo ganha relevo de verdade, quando nem
mesmo se têm dados concretos para comentários.
Uma
ala da crítica
entoa um discurso que
parece partir
daqueles que nunca saberiam agir,
se estivem
à
frente das
regras do jogo. Vive-se, atualmente, o chamado viés da pós-verdade,
dita certa vez pela Revista The
Nation,
caracterizada como algo relacionado a situações
em que fatos objetivos têm menos poder de influência na opinião
pública do que sentimentos ou crenças pessoais.
Esses
que incisivamente criticam, se estivessem lá, fariam muito
mais demorado
do que está sendo feito. Ou, fariam mais rápido, com diversos
desajustes
e desequilíbrios, além dos que já se veem.
Por mais
que se enxerguem
equívocos, e são muitos, calma! O governo tem
pouquíssimo tempo para montar medidas provisórias, calcular
valores, estabelecer planejamento,
criar rotinas, sistemas, logísticas e muito mais que ainda precisará
vir. Tudo
começou por volta do dia 20 de março, relativamente aos
isolamentos, transcorrendo-se de lá para cá uma eternidade para
quem espera, sem nenhuma dúvida. Todavia, é certo, da mesma forma,
o fato de esse hiato tempo ser pouquíssimo para as equipes
governamentais que, na linha de frente do vagão, precisam pensar em
milhões de atividades.
Estivesse
Karl Marx vivo, diria: “O
dinheiro é a essência alienada do trabalho e da existência do
homem; a essência domina-o e ele adora-a”.
Seria
ele, depois, interpelado por Milton Friedman, que dispararia: "Nao
existe tal coisa de almoço grátis".
Sem dados catalogados para uma realidade tão complexa, cheia de
variáveis, para quem está no comando é preciso tempo ao tempo.
Aqui não tenho alinho a uma corrente. Ou
mesmo
não nutro simpatias ao comandante máximo. Vejo, no entanto, a
necessidade de se fomentar a parcimônia, tendo a percepção de que
no momento atual tudo é muito novo à equipe técnica que, penso,
trabalha para tirar
uma nação de
dias de caos.
Decisões
que desagradem
certos setores serão naturais,
mas que poderão, oxalá, trazer evolução no futuro quanto antes.
E
tudo isso destaco
sem qualquer respaldo numérico, mas com a grande esperança
de que um rumo melhor se estabeleça e que tempos claros surjam no
horizonte, sendo imprescindível que o atual comando diga menos e
faça mais; e que todos alardeemos menos e acreditemos mais.
Para o
momento atual e, sobretudo, para as tomadas de
decisões que ainda advirão, com a palavra: o
bom-senso!
[Artigo publicado, originariamente, no Jornal O Estado, edição de 10 de abril de 2020, p. 2]
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